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<p>Durante o período clássico – que compreende grécia e roma antiga – o estudo da filosofia floresceu. Os primeiros filósofos, como Tales de Mileto, começaram a buscar uma explicação natural para os fenômenos do mundo, ao contrário do que se tem registro anteriormente, em que as explicações eram baseadas em mitos. Após, a partir de Sócrates, o estudo da ética e da filosofia aplicada ao dia-a-dia passou a crescer e gerar interesse. Os filósofos antigos a partir daí não só se perguntavam sobre como o mundo surgiu, como a natureza é como é, mas também estavam interessados em saber em como viver.</p>
<p>Nesse período, havia escolas de filosofia, onde pessoas comuns podiam estudar. Muitas dessas escolas estavam interessadas em ensinar uma filosofia de vida para seus alunos, isto é, como essas pessoas deveriam viver de modo a ter a melhor vida possível. A escola Estóica foi uma dessas escolas, sendo fundada na grécia antiga por Zenão de Cítio. A filosofia ensinada nessa escola foi resgatada pelo autor deste livro e apresentada para leitores interessados em aplicar seus ensinamentos nos dias de hoje.</p>
<p>No senso comum, a imagem que se tem dos estóicos é de pessoas que abdicam dos sentimentos, sejam eles bons ou ruins. A palavra no dicionário se refere justamente a isso, uma pessoa apática, sem expressão de emoções. Porém o autor explica que isso é uma interpretação errada do Estoicismo, na verdade o que se obtém com a sua prática é a minimização os sentimentos ruins, como medo, raiva, ansiedade, e não todos os sentimentos. E como consequência da redução desse tipo de sentimento, temos um aumento do sentimento de alegria e satisfação em viver.</p>
<p>O autor do livro buscava uma filosofia de vida para seguir e inicialmente simpatizava com o budismo. Enquanto pesquisava sobre o budismo, descobriu os estóicos, e acabou adotando essa como sua filosofia e escreveu um livro a respeito. O budismo requer mais dedicação, com longos períodos de meditação e retiro, já o estoicismo se encaixa melhor na vida moderna. Mas como o próprio autor ressalta, não existe filosofia de vida correta, cada um deve encontrar a que mais se adapta a sua natureza.</p>
<p>O livro se foca principalmente nos estóicos romanos, sendo os quatro principais: Seneca, Caio Musônio Rufo, Epiteto e o Imperador Marco Aurélio.</p>
<h1 id="parte-2-técnicas-psicológicas-dos-estóicos">Parte 2: Técnicas Psicológicas dos Estóicos</h1>
<p>Nessa parte são explicadas cinco técnicas psicológicas usadas pelos os estoicos para auxiliar na busca pela tranquilidade e sabedoria.</p>
<p>A Visualização Negativa consiste numa reflexão da nossa vida atual, imaginando o que de pior poderia acontecer. Ao refletir sobre as tragédias que podemos sofrer, passamos a valorizar mais o temos nas mãos. Se você se imagina perdendo o seu emprego, passa trabalhar mais satisfeito e a valorizar mais o emprego atual. Se você pensa que seus parentes e amigos pode vir a morrer, passará a aproveitar melhor a companhia deles.</p>
<p>A Dicotomia do Controle consiste em refletir sobre os eventos a sua volta e classificá-los em três categorias: os que temos total controle; os que temos controle parcial; os que não temos nenhum controle. As coisas sobre os quais não temos nenhum controle, como o clima, não deve nos preocupar, já que não temos nenhuma ação sobre elas. Ou seja, não há porque se preocupar se vai chover ou não, já que não há nada o que se possa fazer para mudar essa situação. Os eventos em que temos total controle devem ser nosso foco. Exemplos para esse caso os objetivos de vida que escolhemos, as nossas ações, e outros questões internas. As coisas sobre as quais temos controle parcial são mais complicados. Em alguns casos, podemos alterar a forma como encaramos esses eventos para torná-los mais controláveis. Por exemplo, quando jogamos uma partida de futebol, o resultado final da partida – se vamos ganhar ou perder – não está totalmente sob nosso controle. Caso obter a vitória seja nosso objetivo, ficaremos frustrados caso não ganhemos. Porém podemos reformular esse objetivo: em vez de ganhar a partida, o objetivo será jogar da melhor forma que for possível. Dessa maneira, temos total controle sobre esse objetivo, e mesmo perdendo a partida, sabemos que demos nosso melhor e sairemos felizes com o resultado.</p>
<p>O Fatalismo é a terceira técnica apresentada no livro e em resumo prega que nós não temos controle sobre o passado e sobre o atual momento (este exato instante) e dessa forma não devemos nos preocupar com eles, já que estão fora do nosso controle. Na interpretação do autor o fatalismo dos estoico não está relacionado com o futuro, como muitas vezes é interpretado. Ele trata apenas do passado e do instante atual, então devemos deixar de nos preocupar com o que já aconteceu e focar em como agir para garantir a tranquilidade e a felicidade no futuro.</p>
<p>A Auto-negação consiste em negar alguns prazeres a si mesmo de forma consciente. Esse conselho parece contraditório no início, porém a ideia é nos fazer passar de forma deliberada por situações levemente desconfortantes para ganhar uma resistência à elas. Assim, quando uma situação ruim ocorrer, estamos preparados e seu impacto é menor.</p>
<p>A última técnica é chamada de Meditação. Porém essa meditação não tem o mesmo sentido que tem para os budistas, quando o objetivo é ficar estático observando os sentidos e livrando a mente de qualquer pensamento. A meditação estóica poderia ser chamada de Reflexão. Pois é basicamente nisso que consiste. O estóico deve reservar um período do dia para meditar a respeito da sua prática do estoicismo e observar qual foi sua reação às adversidades, como poderia melhorar e em quais situações sua tranquilidade e alegria foi perturbada. Assim, podemos nos preparar e reagir de forma melhor nesses momentos.</p>
<h1 id="parte-3-conselhos-estóicos">Parte 3: Conselhos Estóicos</h1>
<p>Nessa parte são discutidas diversas situações e dilemas comuns durante a vida e é mostrada a visão estóica de como devemos lidar com eles.</p>
<p>O Dever é um ponto enfatizado no início do capítulo. Os estóicos tinham como objetivo atingir a tranquilidade e a felicidade. Em diversas vezes eles – em especial Marco Aurélio – relatam como as outras pessoas são capazes atrapalhar essa meta. Assim, seria possível concluir que os estóicos fossem eremitas e pregassem a fuga do convívio social. Porém os estóicos também acreditavam que o ser humano é um animal social, além de racional. E para atingir a tranquilidade, o ser humano deve cumprir sua função. Essa função social pode ser interpretada como cumprir o seu dever na sociedade, buscando o melhor para todas as outras pessoas. Pode parecer estranho que para atingir a felicidade e a tranquilidade tenhamos que trabalhar para os outros. O resposta mais natural seria focar em satisfazer os nossos desejos imediato, buscando maximizar o prazer, como prega o hedonismo. Porém não é difícil perceber que esse caminho não será capaz de nos fazer atingir o objetivo dos estóicos, já que a cada desejo saciado, surge outro que passa a nos perturbar criando um ciclo sem fim.</p>
<p>Sobre Relações Sociais o livro sugere evitar pessoas que não seguem seus valores, pois vícios são contagiosos. Caso seja necessário conviver com pessoas pessimistas ou irritantes – quando nosso dever nos obriga – é importante evitar ter a tranquilidade perturbada e evitar mostrar irritação, pois isso pode piorar a situação. Lembre-se que você pode ser uma pessoa irritante para o outro também. Há um trecho a respeito de relações sexuais, que os estóicos recomendam evitar, pois tomam tempo e perturbam a nossa tranquilidade. É feito um paralelo com o budismo que possuiu algumas técnicas para fazer o desejo sexual desaparecer. O autor relata que isso pode ser interpretado como uma recomendação de evitar relações extraconjugais, pois elas trazem muito mais preocupações do que benefícios. Importante ressaltar que os estóicos recomendaram a constituição de uma família com cônjuge e filhos, que são fonte importante de felicidade.</p>
<p>O capítulo sobre como lidar com Insultos, de forma resumida, diz que devemos preferencialmente responder à ofensa com humor auto-depreciativo, ou caso isso não seja possível, com indiferença. Dessa forma mostramos que o insulto não nos afeta e deixará o agressor sem atingir o objetivo de nos ofender ou irritar.</p>
<p>A visão estóica sobre o Luto é interessante. Quando perdemos uma pessoa querida, vamos ficar tristes, mas devemos sempre lembrar que essa pessoa não gostaria de nos ver tristes, pelo contrário, ela iria nos querer bem, tranquilos e felizes. Manter a prática da visualização negativa nos ajuda também, pois nos prepara para a perda, além de garantir que o tempo que passamos com a pessoa que morreu foi bem aproveitado.</p>
<p>Sobre Raiva os conselhos são semelhantes ao sobre insulto. Responder com humor a uma ofensa também ajuda a não nos deixar com raiva. A raiva aparece também quando somos perturbados em nosso conforto, então é importante adquirir uma certa resistência a essas perturbações, evitando estar muito confortável. A prática da auto-negação ajuda nesse sentido.</p>
<p>A busca por Fama e Dinheiro é um tema especialmente atual. Os estóicos argumentam que a busca por eles como objetivo de vida traz mais dores de cabeça do que alegrias. De forma instintiva esse acaba sendo o meta de vida da maioria das pessoas, sempre invejamos quem têm riqueza e destaque. Porém a busca de esses valores é uma busca interminável, não estamos nunca satisfeitos, pois há sempre alguém mais rico e mais famoso para nos provocar inveja. Os estóicos ensinaram que não devemos buscar a fama e a riqueza como metas de vida, elas podem acabar sendo uma consequência de uma vida de trabalho pelo bem da comunidade, como aconteceu com diversos estóicos, mas devem ser a prioridade de um estoico.</p>
<p>A prática dos conselhos estóicos são benéficas especialmente à medida que envelhecemos. Com a velhice perdemos a capacidade de apreciar diversas prazeres na vida, porém a prática do estoicismo ainda é possível. Como o objetivo principal dessa filosofia de vida é obter tranquilidade, e não prazeres sensoriais, a situação não muda com o envelhecimento. Hábitos como a visualização negativa e o fatalismo são também mais importante à medida em que os nosso tempo de vida é maior, pois há mais passado para nos atormentar.</p>
<p>Alguns estóicos dizem que o que aterroriza muitas pessoas à medida que envelhecem não são questões de fragilidade de saúde, mas sim a proximidade com a morte. Com a morte, vem o medo de que não realizamos tudo que deveríamos e que não vivemos uma vida boa. Praticar o estoicismo – ou ter uma filosofia de vida coerente – minimiza esse problema.</p>
<h1 id="parte-4-estoicismo-para-vidas-modernas">Parte 4: Estoicismo para Vidas Modernas</h1>
<p>O escola estóica começou na grécia e viveu seu auge na época e na figura do imperador romano Marco Aurélio. Depois disso, o mundo acabou esquecendo seus ensinamentos, parte pelo florescimento do cristianismo, que acaba por ter um papel parecido como filosofia de vida, tendo também alguns valores em comum, com a grande vantagem de oferecer a certeza de uma vida boa após morte, coisa que não é garantida pelos estóicos. Já nos tempos modernos uma vida repleta preenchida com trabalho e entretenimento abundante acaba ofuscando a busca por uma filosofia de vida.</p>
<p>Os antigos estóicos, como filósofos que eram, também buscavam uma explicação lógica de porque o estoicismo era a filosofia de vida correta (e não algumas rivais como o epicurismo e o cinismo). A explicação antiga dada por eles se baseava na premissa de que o ser humano foi criado por Zeus como um animal que tinha um dom a mais, o dom da razão, o que os tornava mais próximos dos deuses. Zeus queria que os humanos fossem felizes, porém ele não tinha esse poder, criando apenas a forma correta de viver que se fosse seguida levaria a uma vida feliz. Os estóicos usaram sua razão para deduzir qual seria esse modo de vida e transformaram no que o estoicismo prega.</p>
<p>Essa explicação não faz sentido se você não acredita em Zeus. Porém, o autor faz uso da psicologia evolutiva para dar uma explicação moderna de porque o estoicismo funciona, ou, ao menos, de porque adotá-lo. Com base na teoria da evolução, todos os sentimentos, sejam ruins (dor, ansiedade, medo, etc) ou bons (prazer, alegria, etc) e também nossas habilidades (como a razão) existem porque aumentaram a chance dos nossos ancestrais de sobreviver e reproduzir. Por exemplo, um animal que sente dor tem maior chance de sobreviver do que um que não sente, uma vez que ele vai evitar situações que causem dano ao seu corpo e que pode o levar à morte. Ancestrais humanos que se preocupavam com a próxima alimentação e com um bom abrigo e experimentam ansiedade quando essas situações não estavam boas, também tinham sua chance de sobrevivência aumentada.</p>
<p>Para animais vivendo na natureza, esses sentimentos são essenciais para garantir sua sobrevivência e também o da sua espécie – dos seus genes, na verdade. Porém para seres humanos vivendo na sociedade moderna, a dor, a raiva, o medo e a ansiedade são um problemas na maioria das vezes. Porém graças a um outro presente que a evolução nos deu – a razão – podemos escapar dessa armadilha que está impressa nos nossos cérebros.</p>
<p>No final do livro, o autor sugere como colocar em prática o estoicismo baseado na sua experiência pessoal. A primeira dica é fazer isso de forma escondida, para evitar críticas desnecessárias. O novo praticante deve começar a adotar as técnicas psicológicas resumidas anteriormente. Sugere-se começar praticando uma por vez começando pela Visualização Negativa, e depois pela Dicotomia do Controle e o Fatalismo. A Auto Negação é mais avançadas e pode ser adotada na forma da prática esportiva. A Meditação, ou Reflexão, pode ser praticada desde de o início, já que é uma das mais importantes. Deve-se escolher um período do dia para refletir sobre o nosso comportamento frente aos problemas e também aproveitar para colocar em prática a Visualização Negativa.</p></content><author><name></name></author><summary type="html">Parte 1: A Ascensão do Estoicismo Durante o período clássico – que compreende grécia e roma antiga – o estudo da filosofia floresceu. Os primeiros filósofos, como Tales de Mileto, começaram a buscar uma explicação natural para os fenômenos do mundo, ao contrário do que se tem registro anteriormente, em que as explicações eram baseadas em mitos. Após, a partir de Sócrates, o estudo da ética e da filosofia aplicada ao dia-a-dia passou a crescer e gerar interesse. Os filósofos antigos a partir daí não só se perguntavam sobre como o mundo surgiu, como a natureza é como é, mas também estavam interessados em saber em como viver. Nesse período, havia escolas de filosofia, onde pessoas comuns podiam estudar. Muitas dessas escolas estavam interessadas em ensinar uma filosofia de vida para seus alunos, isto é, como essas pessoas deveriam viver de modo a ter a melhor vida possível. A escola Estóica foi uma dessas escolas, sendo fundada na grécia antiga por Zenão de Cítio. A filosofia ensinada nessa escola foi resgatada pelo autor deste livro e apresentada para leitores interessados em aplicar seus ensinamentos nos dias de hoje. No senso comum, a imagem que se tem dos estóicos é de pessoas que abdicam dos sentimentos, sejam eles bons ou ruins. A palavra no dicionário se refere justamente a isso, uma pessoa apática, sem expressão de emoções. Porém o autor explica que isso é uma interpretação errada do Estoicismo, na verdade o que se obtém com a sua prática é a minimização os sentimentos ruins, como medo, raiva, ansiedade, e não todos os sentimentos. E como consequência da redução desse tipo de sentimento, temos um aumento do sentimento de alegria e satisfação em viver. O autor do livro buscava uma filosofia de vida para seguir e inicialmente simpatizava com o budismo. Enquanto pesquisava sobre o budismo, descobriu os estóicos, e acabou adotando essa como sua filosofia e escreveu um livro a respeito. O budismo requer mais dedicação, com longos períodos de meditação e retiro, já o estoicismo se encaixa melhor na vida moderna. Mas como o próprio autor ressalta, não existe filosofia de vida correta, cada um deve encontrar a que mais se adapta a sua natureza. O livro se foca principalmente nos estóicos romanos, sendo os quatro principais: Seneca, Caio Musônio Rufo, Epiteto e o Imperador Marco Aurélio. Parte 2: Técnicas Psicológicas dos Estóicos Nessa parte são explicadas cinco técnicas psicológicas usadas pelos os estoicos para auxiliar na busca pela tranquilidade e sabedoria. A Visualização Negativa consiste numa reflexão da nossa vida atual, imaginando o que de pior poderia acontecer. Ao refletir sobre as tragédias que podemos sofrer, passamos a valorizar mais o temos nas mãos. Se você se imagina perdendo o seu emprego, passa trabalhar mais satisfeito e a valorizar mais o emprego atual. Se você pensa que seus parentes e amigos pode vir a morrer, passará a aproveitar melhor a companhia deles. A Dicotomia do Controle consiste em refletir sobre os eventos a sua volta e classificá-los em três categorias: os que temos total controle; os que temos controle parcial; os que não temos nenhum controle. As coisas sobre os quais não temos nenhum controle, como o clima, não deve nos preocupar, já que não temos nenhuma ação sobre elas. Ou seja, não há porque se preocupar se vai chover ou não, já que não há nada o que se possa fazer para mudar essa situação. Os eventos em que temos total controle devem ser nosso foco. Exemplos para esse caso os objetivos de vida que escolhemos, as nossas ações, e outros questões internas. As coisas sobre as quais temos controle parcial são mais complicados. Em alguns casos, podemos alterar a forma como encaramos esses eventos para torná-los mais controláveis. Por exemplo, quando jogamos uma partida de futebol, o resultado final da partida – se vamos ganhar ou perder – não está totalmente sob nosso controle. Caso obter a vitória seja nosso objetivo, ficaremos frustrados caso não ganhemos. Porém podemos reformular esse objetivo: em vez de ganhar a partida, o objetivo será jogar da melhor forma que for possível. Dessa maneira, temos total controle sobre esse objetivo, e mesmo perdendo a partida, sabemos que demos nosso melhor e sairemos felizes com o resultado. O Fatalismo é a terceira técnica apresentada no livro e em resumo prega que nós não temos controle sobre o passado e sobre o atual momento (este exato instante) e dessa forma não devemos nos preocupar com eles, já que estão fora do nosso controle. Na interpretação do autor o fatalismo dos estoico não está relacionado com o futuro, como muitas vezes é interpretado. Ele trata apenas do passado e do instante atual, então devemos deixar de nos preocupar com o que já aconteceu e focar em como agir para garantir a tranquilidade e a felicidade no futuro. A Auto-negação consiste em negar alguns prazeres a si mesmo de forma consciente. Esse conselho parece contraditório no início, porém a ideia é nos fazer passar de forma deliberada por situações levemente desconfortantes para ganhar uma resistência à elas. Assim, quando uma situação ruim ocorrer, estamos preparados e seu impacto é menor. A última técnica é chamada de Meditação. Porém essa meditação não tem o mesmo sentido que tem para os budistas, quando o objetivo é ficar estático observando os sentidos e livrando a mente de qualquer pensamento. A meditação estóica poderia ser chamada de Reflexão. Pois é basicamente nisso que consiste. O estóico deve reservar um período do dia para meditar a respeito da sua prática do estoicismo e observar qual foi sua reação às adversidades, como poderia melhorar e em quais situações sua tranquilidade e alegria foi perturbada. Assim, podemos nos preparar e reagir de forma melhor nesses momentos. Parte 3: Conselhos Estóicos Nessa parte são discutidas diversas situações e dilemas comuns durante a vida e é mostrada a visão estóica de como devemos lidar com eles. O Dever é um ponto enfatizado no início do capítulo. Os estóicos tinham como objetivo atingir a tranquilidade e a felicidade. Em diversas vezes eles – em especial Marco Aurélio – relatam como as outras pessoas são capazes atrapalhar essa meta. Assim, seria possível concluir que os estóicos fossem eremitas e pregassem a fuga do convívio social. Porém os estóicos também acreditavam que o ser humano é um animal social, além de racional. E para atingir a tranquilidade, o ser humano deve cumprir sua função. Essa função social pode ser interpretada como cumprir o seu dever na sociedade, buscando o melhor para todas as outras pessoas. Pode parecer estranho que para atingir a felicidade e a tranquilidade tenhamos que trabalhar para os outros. O resposta mais natural seria focar em satisfazer os nossos desejos imediato, buscando maximizar o prazer, como prega o hedonismo. Porém não é difícil perceber que esse caminho não será capaz de nos fazer atingir o objetivo dos estóicos, já que a cada desejo saciado, surge outro que passa a nos perturbar criando um ciclo sem fim. Sobre Relações Sociais o livro sugere evitar pessoas que não seguem seus valores, pois vícios são contagiosos. Caso seja necessário conviver com pessoas pessimistas ou irritantes – quando nosso dever nos obriga – é importante evitar ter a tranquilidade perturbada e evitar mostrar irritação, pois isso pode piorar a situação. Lembre-se que você pode ser uma pessoa irritante para o outro também. Há um trecho a respeito de relações sexuais, que os estóicos recomendam evitar, pois tomam tempo e perturbam a nossa tranquilidade. É feito um paralelo com o budismo que possuiu algumas técnicas para fazer o desejo sexual desaparecer. O autor relata que isso pode ser interpretado como uma recomendação de evitar relações extraconjugais, pois elas trazem muito mais preocupações do que benefícios. Importante ressaltar que os estóicos recomendaram a constituição de uma família com cônjuge e filhos, que são fonte importante de felicidade. O capítulo sobre como lidar com Insultos, de forma resumida, diz que devemos preferencialmente responder à ofensa com humor auto-depreciativo, ou caso isso não seja possível, com indiferença. Dessa forma mostramos que o insulto não nos afeta e deixará o agressor sem atingir o objetivo de nos ofender ou irritar. A visão estóica sobre o Luto é interessante. Quando perdemos uma pessoa querida, vamos ficar tristes, mas devemos sempre lembrar que essa pessoa não gostaria de nos ver tristes, pelo contrário, ela iria nos querer bem, tranquilos e felizes. Manter a prática da visualização negativa nos ajuda também, pois nos prepara para a perda, além de garantir que o tempo que passamos com a pessoa que morreu foi bem aproveitado. Sobre Raiva os conselhos são semelhantes ao sobre insulto. Responder com humor a uma ofensa também ajuda a não nos deixar com raiva. A raiva aparece também quando somos perturbados em nosso conforto, então é importante adquirir uma certa resistência a essas perturbações, evitando estar muito confortável. A prática da auto-negação ajuda nesse sentido. A busca por Fama e Dinheiro é um tema especialmente atual. Os estóicos argumentam que a busca por eles como objetivo de vida traz mais dores de cabeça do que alegrias. De forma instintiva esse acaba sendo o meta de vida da maioria das pessoas, sempre invejamos quem têm riqueza e destaque. Porém a busca de esses valores é uma busca interminável, não estamos nunca satisfeitos, pois há sempre alguém mais rico e mais famoso para nos provocar inveja. Os estóicos ensinaram que não devemos buscar a fama e a riqueza como metas de vida, elas podem acabar sendo uma consequência de uma vida de trabalho pelo bem da comunidade, como aconteceu com diversos estóicos, mas devem ser a prioridade de um estoico. A prática dos conselhos estóicos são benéficas especialmente à medida que envelhecemos. Com a velhice perdemos a capacidade de apreciar diversas prazeres na vida, porém a prática do estoicismo ainda é possível. Como o objetivo principal dessa filosofia de vida é obter tranquilidade, e não prazeres sensoriais, a situação não muda com o envelhecimento. Hábitos como a visualização negativa e o fatalismo são também mais importante à medida em que os nosso tempo de vida é maior, pois há mais passado para nos atormentar. Alguns estóicos dizem que o que aterroriza muitas pessoas à medida que envelhecem não são questões de fragilidade de saúde, mas sim a proximidade com a morte. Com a morte, vem o medo de que não realizamos tudo que deveríamos e que não vivemos uma vida boa. Praticar o estoicismo – ou ter uma filosofia de vida coerente – minimiza esse problema. Parte 4: Estoicismo para Vidas Modernas O escola estóica começou na grécia e viveu seu auge na época e na figura do imperador romano Marco Aurélio. Depois disso, o mundo acabou esquecendo seus ensinamentos, parte pelo florescimento do cristianismo, que acaba por ter um papel parecido como filosofia de vida, tendo também alguns valores em comum, com a grande vantagem de oferecer a certeza de uma vida boa após morte, coisa que não é garantida pelos estóicos. Já nos tempos modernos uma vida repleta preenchida com trabalho e entretenimento abundante acaba ofuscando a busca por uma filosofia de vida. Os antigos estóicos, como filósofos que eram, também buscavam uma explicação lógica de porque o estoicismo era a filosofia de vida correta (e não algumas rivais como o epicurismo e o cinismo). A explicação antiga dada por eles se baseava na premissa de que o ser humano foi criado por Zeus como um animal que tinha um dom a mais, o dom da razão, o que os tornava mais próximos dos deuses. Zeus queria que os humanos fossem felizes, porém ele não tinha esse poder, criando apenas a forma correta de viver que se fosse seguida levaria a uma vida feliz. Os estóicos usaram sua razão para deduzir qual seria esse modo de vida e transformaram no que o estoicismo prega. Essa explicação não faz sentido se você não acredita em Zeus. Porém, o autor faz uso da psicologia evolutiva para dar uma explicação moderna de porque o estoicismo funciona, ou, ao menos, de porque adotá-lo. Com base na teoria da evolução, todos os sentimentos, sejam ruins (dor, ansiedade, medo, etc) ou bons (prazer, alegria, etc) e também nossas habilidades (como a razão) existem porque aumentaram a chance dos nossos ancestrais de sobreviver e reproduzir. Por exemplo, um animal que sente dor tem maior chance de sobreviver do que um que não sente, uma vez que ele vai evitar situações que causem dano ao seu corpo e que pode o levar à morte. Ancestrais humanos que se preocupavam com a próxima alimentação e com um bom abrigo e experimentam ansiedade quando essas situações não estavam boas, também tinham sua chance de sobrevivência aumentada. Para animais vivendo na natureza, esses sentimentos são essenciais para garantir sua sobrevivência e também o da sua espécie – dos seus genes, na verdade. Porém para seres humanos vivendo na sociedade moderna, a dor, a raiva, o medo e a ansiedade são um problemas na maioria das vezes. Porém graças a um outro presente que a evolução nos deu – a razão – podemos escapar dessa armadilha que está impressa nos nossos cérebros. No final do livro, o autor sugere como colocar em prática o estoicismo baseado na sua experiência pessoal. A primeira dica é fazer isso de forma escondida, para evitar críticas desnecessárias. O novo praticante deve começar a adotar as técnicas psicológicas resumidas anteriormente. Sugere-se começar praticando uma por vez começando pela Visualização Negativa, e depois pela Dicotomia do Controle e o Fatalismo. A Auto Negação é mais avançadas e pode ser adotada na forma da prática esportiva. A Meditação, ou Reflexão, pode ser praticada desde de o início, já que é uma das mais importantes. Deve-se escolher um período do dia para refletir sobre o nosso comportamento frente aos problemas e também aproveitar para colocar em prática a Visualização Negativa.</summary></entry><entry><title type="html">O Poder do Hábito por Charles Duhigg</title><link href="http://localhost:4000/livros/2017/09/20/o-poder-do-habito.html" rel="alternate" type="text/html" title="O Poder do Hábito por Charles Duhigg" /><published>2017-09-19T18:00:00-03:00</published><updated>2017-09-19T18:00:00-03:00</updated><id>http://localhost:4000/livros/2017/09/20/o-poder-do-habito</id><content type="html" xml:base="http://localhost:4000/livros/2017/09/20/o-poder-do-habito.html"><p>É incrível perceber como comportamentos automáticos e repetitivos fazem parte do nosso dia e da nossa vida e são a essência de quem somos e o que fazemos. Esses hábitos nos permitem liberar nossa atenção para outras tarefas e nos torna mais eficientes. Por exemplo, ao se mudar para uma nova casa, as primeiras vezes em que tiramos o carro da garagem requerem bastante atenção e levam bastante tempo, depois de alguns dias ou semanas, podemos fazer essa manobra sem pensar. Sair da garagem se tornou um hábito.</p>
<p>Esse tipo de internalização de uma tarefa é poderosa e também está associada a hábitos ruins, como o cigarro. Em geral todo hábito possui o que o livro chama de loop do hábito: (1) um gatilho (ou deixa) que inicia alguma (2) ação culminando em uma (3) recompensa. O gatilho pode ser uma hora do dia, algum lugar, algum cheiro ou algum tipo de situação. Vários exemplos são dados no livro de como se formam os hábitos e como identificá-los.</p>
<p>Conhecendo melhor como os hábitos funcionam, podemos mudá-los de forma mais eficiente. No caso do cigarro, sugere-se identificar quais são os gatilhos que desencadeiam a vontade de fumar e aí nesse momento trocar o ato de acender um cigarro por outro que leve a uma recompensa semelhante. Também é possível usar o mesmo esquema para criar hábitos saudáveis.</p>
<p>São explicados como funcionam os hábitos corporativos, sendo um dos exemplos o caso do Starbucks, que possuiu um forte treinamento de novos funcionários que permite manter seu padrão e ajudou a rede a crescer da forma que cresceu. Há também casos de hábitos corporativos ruins, como um hospital em que não se podia questionar os médicos por medos de retaliação e que levou a diversos erros médicos.</p>
<p>O livro é muito bem escrito, é bom ler um livro escrito por um jornalista que sabe contar uma história. Os relatos pessoais são mescladas com a descrição dos experimentos e resultados científicos, facilitando o entendimento e ajudando a prender o leitor.</p></content><author><name></name></author><summary type="html">É incrível perceber como comportamentos automáticos e repetitivos fazem parte do nosso dia e da nossa vida e são a essência de quem somos e o que fazemos. Esses hábitos nos permitem liberar nossa atenção para outras tarefas e nos torna mais eficientes. Por exemplo, ao se mudar para uma nova casa, as primeiras vezes em que tiramos o carro da garagem requerem bastante atenção e levam bastante tempo, depois de alguns dias ou semanas, podemos fazer essa manobra sem pensar. Sair da garagem se tornou um hábito. Esse tipo de internalização de uma tarefa é poderosa e também está associada a hábitos ruins, como o cigarro. Em geral todo hábito possui o que o livro chama de loop do hábito: (1) um gatilho (ou deixa) que inicia alguma (2) ação culminando em uma (3) recompensa. O gatilho pode ser uma hora do dia, algum lugar, algum cheiro ou algum tipo de situação. Vários exemplos são dados no livro de como se formam os hábitos e como identificá-los. Conhecendo melhor como os hábitos funcionam, podemos mudá-los de forma mais eficiente. No caso do cigarro, sugere-se identificar quais são os gatilhos que desencadeiam a vontade de fumar e aí nesse momento trocar o ato de acender um cigarro por outro que leve a uma recompensa semelhante. Também é possível usar o mesmo esquema para criar hábitos saudáveis. São explicados como funcionam os hábitos corporativos, sendo um dos exemplos o caso do Starbucks, que possuiu um forte treinamento de novos funcionários que permite manter seu padrão e ajudou a rede a crescer da forma que cresceu. Há também casos de hábitos corporativos ruins, como um hospital em que não se podia questionar os médicos por medos de retaliação e que levou a diversos erros médicos. O livro é muito bem escrito, é bom ler um livro escrito por um jornalista que sabe contar uma história. Os relatos pessoais são mescladas com a descrição dos experimentos e resultados científicos, facilitando o entendimento e ajudando a prender o leitor.</summary></entry><entry><title type="html">Admirável Mundo Novo por Aldous Leonard Huxley</title><link href="http://localhost:4000/livros/2017/06/03/admiravel-mundo-novo.html" rel="alternate" type="text/html" title="Admirável Mundo Novo por Aldous Leonard Huxley" /><published>2017-06-02T18:00:00-03:00</published><updated>2017-06-02T18:00:00-03:00</updated><id>http://localhost:4000/livros/2017/06/03/admiravel-mundo-novo</id><content type="html" xml:base="http://localhost:4000/livros/2017/06/03/admiravel-mundo-novo.html"><p>A história contada nesse livro é uma distopia um pouco diferente da tradicional, aquela do 1984 onde há um governo totalitário e as pessoas são oprimidas e vigiadas. Tudo bem que o mundo em Admirável Mundo Novo não é uma democracia, porém as pessoas são felizes e vivem bem. Mas por outro lado elas são obrigadas a serem felizes, caso contrário são avaliadas como potenciais ameaças à ordem e aos bem-estar da população.</p>
<p>Observando o funcionamento perfeito da sociedade, onde todos têm vidas tão movimentadas, sem nenhuma monotonia, com muita liberdade sexual (algo bem chocante pra época em que foi escrito, hoje nem tanto) pensamos: será que um pouquinho de tristeza não importante também?</p>
<p>O mundo imaginado pelo autor em 1932 é muito parecido com o que vivemos hoje, mesmo que os carros não tenham sido substituídos por helicópteros e nem o celular nem a internet tenham estarem presentes. O fato de termos o dever de ser feliz num mundo monitorado é bem atual.</p>
<p>Quem assistiu à série Westworld vai perceber alguns nomes conhecidos, certamente o livro foi fonte de inspiração pra essa série fantástica.</p></content><author><name></name></author><summary type="html">A história contada nesse livro é uma distopia um pouco diferente da tradicional, aquela do 1984 onde há um governo totalitário e as pessoas são oprimidas e vigiadas. Tudo bem que o mundo em Admirável Mundo Novo não é uma democracia, porém as pessoas são felizes e vivem bem. Mas por outro lado elas são obrigadas a serem felizes, caso contrário são avaliadas como potenciais ameaças à ordem e aos bem-estar da população. Observando o funcionamento perfeito da sociedade, onde todos têm vidas tão movimentadas, sem nenhuma monotonia, com muita liberdade sexual (algo bem chocante pra época em que foi escrito, hoje nem tanto) pensamos: será que um pouquinho de tristeza não importante também? O mundo imaginado pelo autor em 1932 é muito parecido com o que vivemos hoje, mesmo que os carros não tenham sido substituídos por helicópteros e nem o celular nem a internet tenham estarem presentes. O fato de termos o dever de ser feliz num mundo monitorado é bem atual. Quem assistiu à série Westworld vai perceber alguns nomes conhecidos, certamente o livro foi fonte de inspiração pra essa série fantástica.</summary></entry><entry><title type="html">Meia-Noite e Vinte por Daniel Galera</title><link href="http://localhost:4000/livros/2016/10/15/meia-noite-e-vinte.html" rel="alternate" type="text/html" title="Meia-Noite e Vinte por Daniel Galera" /><published>2016-10-14T18:00:00-03:00</published><updated>2016-10-14T18:00:00-03:00</updated><id>http://localhost:4000/livros/2016/10/15/meia-noite-e-vinte</id><content type="html" xml:base="http://localhost:4000/livros/2016/10/15/meia-noite-e-vinte.html"><p>A história se passa em Porto Alegre durante um verão escaldante e uma greve do transporte público combinados a uma escalada de violência urbana, sentida na pele pelos três protagonistas que têm um amigo morto em um assalto.</p>
<p>Esses três personagens se revezam na narração da história, todos eles estão passando por momento de indefinição em suas vidas que somado a situação da cidade os levam a uma angústia, um sentimento de solidão e uma vontade de fugir dessa sensação de fim de mundo que não chega nunca.</p>
<p>Os três amigos, junto com o quarto que foi assassinado, conviveram durante a década de 90 enquanto estavam na faculdade e escreviam para um e-zine no início da internet. As narrativas relembram momentos desse período em especial a virada de 99 para 2000, quando também o mundo parecia poder entrar em colapso.</p>
<p>Uma das passagens mais marcantes pra mim é a apresentação do Antero, publicitário de sucesso, durante um TEDx, em que ele faz um paralelo entre o livro 120 dias de Sodoma, do Marquês de Sade, e a publicidade nos tempos de Big Data, onde somos monitorados em todas as ações e somos classificados por algoritmos. Algumas passagens do livro são lidas para a plateia, chocada com o que Sade escreveu há 200 anos atrás enquanto estava preso na Bastilha.</p>
<p>Os outros dois personagens também são muito interessantes e complexos. Aurora é uma bióloga pesquisadora que mora em São Paulo, seu trabalho com cana-de-açúcar busca aumentar produtividade da planta tentando entender seu ciclo de crescimento. O autor vai a fundo nos detalhes do trabalho e Aurora e nos conflitos de ser pesquisador no Brasil, mostrando que ele estudou o assunto para escrever. Emiliano é um jornalista que descobriu ser homossexual após adulto e tem uma relação conflituosa, um pouco masoquista, com outros homens em função disso, a narração do seu ponto de vista também é muito real e crua.</p>
<p>Mais um ponto positivo é o uso de referências contemporâneas como o próprio TEDx, o WhatsApp, o jogo Skyrim, um aplicativo de corrida para celular, entre outros, que alguns autores querem evitar por poder tornar o livro datado, porém torna a experiência mais próxima da nossa realidade.</p>
<p>Já li todos os livros do Galera, esse está no mesmo nível do Mão de Cavalo e do Barba. Mantém essa mesma relação de luta e cumplicidade entre o homem a natureza, que também está sempre presente nas nossas vidas.</p></content><author><name></name></author><summary type="html">A história se passa em Porto Alegre durante um verão escaldante e uma greve do transporte público combinados a uma escalada de violência urbana, sentida na pele pelos três protagonistas que têm um amigo morto em um assalto. Esses três personagens se revezam na narração da história, todos eles estão passando por momento de indefinição em suas vidas que somado a situação da cidade os levam a uma angústia, um sentimento de solidão e uma vontade de fugir dessa sensação de fim de mundo que não chega nunca. Os três amigos, junto com o quarto que foi assassinado, conviveram durante a década de 90 enquanto estavam na faculdade e escreviam para um e-zine no início da internet. As narrativas relembram momentos desse período em especial a virada de 99 para 2000, quando também o mundo parecia poder entrar em colapso. Uma das passagens mais marcantes pra mim é a apresentação do Antero, publicitário de sucesso, durante um TEDx, em que ele faz um paralelo entre o livro 120 dias de Sodoma, do Marquês de Sade, e a publicidade nos tempos de Big Data, onde somos monitorados em todas as ações e somos classificados por algoritmos. Algumas passagens do livro são lidas para a plateia, chocada com o que Sade escreveu há 200 anos atrás enquanto estava preso na Bastilha. Os outros dois personagens também são muito interessantes e complexos. Aurora é uma bióloga pesquisadora que mora em São Paulo, seu trabalho com cana-de-açúcar busca aumentar produtividade da planta tentando entender seu ciclo de crescimento. O autor vai a fundo nos detalhes do trabalho e Aurora e nos conflitos de ser pesquisador no Brasil, mostrando que ele estudou o assunto para escrever. Emiliano é um jornalista que descobriu ser homossexual após adulto e tem uma relação conflituosa, um pouco masoquista, com outros homens em função disso, a narração do seu ponto de vista também é muito real e crua. Mais um ponto positivo é o uso de referências contemporâneas como o próprio TEDx, o WhatsApp, o jogo Skyrim, um aplicativo de corrida para celular, entre outros, que alguns autores querem evitar por poder tornar o livro datado, porém torna a experiência mais próxima da nossa realidade. Já li todos os livros do Galera, esse está no mesmo nível do Mão de Cavalo e do Barba. Mantém essa mesma relação de luta e cumplicidade entre o homem a natureza, que também está sempre presente nas nossas vidas.</summary></entry><entry><title type="html">Spark por John J. Ratey</title><link href="http://localhost:4000/livros/2016/09/12/spark.html" rel="alternate" type="text/html" title="Spark por John J. Ratey" /><published>2016-09-11T18:00:00-03:00</published><updated>2016-09-11T18:00:00-03:00</updated><id>http://localhost:4000/livros/2016/09/12/spark</id><content type="html" xml:base="http://localhost:4000/livros/2016/09/12/spark.html"><p>Quem já praticou esportes conhece aquela sensação de bem estar após uma atividade física. Sabemos que a liberação da endorfina na corrente sanguínea, uma substância da mesma família da morfina e cocaína, explica essa sensação e o motivo de algumas pessoas se dizem viciadas em corrida. Também sabemos que exercícios regulares reduzem os riscos de doenças cardíacas, a principal causa de mortes no mundo</p>
<p>Porém, a liberação da endorfina e a saúde do coração são apenas uma fração pequena do que os exercícios físicos podem fazer pelo nosso corpo. Nesse livro, John Ratey explica como a atividade física regular beneficia a nossa mente, além do nosso corpo. Afinal, corpo e mente são uma coisa só e o pensamento pode ser interpretado como a internalização do movimento.</p>
<p>Resultados de pesquisas científicas rigorosas estão mostrando que correr regularmente pode ser mais efetivo que a sertralina (Zoloft) no tratamento da depressão. Os exercícios também ajudam a tratar o stress crônico que aumenta a chance do desenvolvimento de demência na idade avançada. Os benefícios já estão sendo estudados e comprovadas para tratamento de ansiedades, dependências químicas, e diversas doenças que se manifestam na terceira idade, como o mal de Parkinson e Alzheimer.</p>
<p>A bioquímica é explicada em detalhes no livro, usando diversos termos técnicos que são explicados no glossário ao final. Essa parte é interessante para entender como o cérebro funciona. O livro poderia ter apresentado um resumo inicial para leigos, porém é fácil buscar esse tipo de informação na internet. As referências bibliográficas dos estudos citados fazem falta, pois é interessante procurar mais detalhes sobre os estudos, especialmente porque novas descobertas podem alterar conclusão de pesquisas anteriores.</p>
<p>Esse livro serve como um grande motivador para a prática de exercícios físicos, especialmente para pessoas com histórico de depressão, ansiedade, stress, déficit de atenção e também para quem já passou dos sessenta anos. Leitura recomendada.</p></content><author><name></name></author><summary type="html">Quem já praticou esportes conhece aquela sensação de bem estar após uma atividade física. Sabemos que a liberação da endorfina na corrente sanguínea, uma substância da mesma família da morfina e cocaína, explica essa sensação e o motivo de algumas pessoas se dizem viciadas em corrida. Também sabemos que exercícios regulares reduzem os riscos de doenças cardíacas, a principal causa de mortes no mundo Porém, a liberação da endorfina e a saúde do coração são apenas uma fração pequena do que os exercícios físicos podem fazer pelo nosso corpo. Nesse livro, John Ratey explica como a atividade física regular beneficia a nossa mente, além do nosso corpo. Afinal, corpo e mente são uma coisa só e o pensamento pode ser interpretado como a internalização do movimento. Resultados de pesquisas científicas rigorosas estão mostrando que correr regularmente pode ser mais efetivo que a sertralina (Zoloft) no tratamento da depressão. Os exercícios também ajudam a tratar o stress crônico que aumenta a chance do desenvolvimento de demência na idade avançada. Os benefícios já estão sendo estudados e comprovadas para tratamento de ansiedades, dependências químicas, e diversas doenças que se manifestam na terceira idade, como o mal de Parkinson e Alzheimer. A bioquímica é explicada em detalhes no livro, usando diversos termos técnicos que são explicados no glossário ao final. Essa parte é interessante para entender como o cérebro funciona. O livro poderia ter apresentado um resumo inicial para leigos, porém é fácil buscar esse tipo de informação na internet. As referências bibliográficas dos estudos citados fazem falta, pois é interessante procurar mais detalhes sobre os estudos, especialmente porque novas descobertas podem alterar conclusão de pesquisas anteriores. Esse livro serve como um grande motivador para a prática de exercícios físicos, especialmente para pessoas com histórico de depressão, ansiedade, stress, déficit de atenção e também para quem já passou dos sessenta anos. Leitura recomendada.</summary></entry><entry><title type="html">Despertar por Sam Harris</title><link href="http://localhost:4000/livros/2016/05/26/despertar.html" rel="alternate" type="text/html" title="Despertar por Sam Harris" /><published>2016-05-25T18:00:00-03:00</published><updated>2016-05-25T18:00:00-03:00</updated><id>http://localhost:4000/livros/2016/05/26/despertar</id><content type="html" xml:base="http://localhost:4000/livros/2016/05/26/despertar.html"><p>Sam Harris é conhecido por ser um ateu militante contra as religiões organizadas. Porém ele também passou boa parta da sua vida buscando a espiritualidade através da meditação. Isso parece contraditório para maioria das pessoas. Esse livro procura explicar porque, na opinião do autor, isso não é verdade, e é possível ter uma vida espiritual sem ser religioso.</p>
<p>A palavra espiritualidade está sempre ligada a ideia de um ser humano dual, formado de corpo e alma, e também às religiões. Porém a espiritualidade também pode ser interpretada como contemplação da nossa consciência e de nossas características subjetivas que nos tornam humanos. A consciência é um tema muito complexo, fazer sua definição já é difícil, quem dirá explicá-la de maneira científica e objetiva. O que Harris defende no livro é que a consciência deve ser estudada e entendida individualmente, cada um com sua própria consciência, sentidos e emoções. Com o tempo isso nos leva num caminho de iluminação e de autorrealização, dando um sentido às nossas vidas e livrando-nos, das angústias da condição humana. Harris argumenta que esse tipo de experiência é acessível a qualquer pessoa, mesmo que por breves períodos.</p>
<p>Religiões como o budismo refinaram técnicas de meditação que podem ser usadas para auxiliar na contemplação da própria consciência. Se ignorarmos a parte sobrenatural e mística dos ensinamentos budistas, podemos usufruir do conhecimento desenvolvido pelos praticantes dessa religião, como Harris fez por vários anos.</p>
<p>Alguns trechos do livros são discussões bastante subjetivas e difíceis de serem digeridas. Boa parte é dedicada a discutir o que é ser um self e como o exame da consciência através da meditação nos faz concluir que isso é uma ilusão. De maneira geral, o livro é um ótima introdução para quem tem interesse por temas como meditação e consciência.</p></content><author><name></name></author><summary type="html">Sam Harris é conhecido por ser um ateu militante contra as religiões organizadas. Porém ele também passou boa parta da sua vida buscando a espiritualidade através da meditação. Isso parece contraditório para maioria das pessoas. Esse livro procura explicar porque, na opinião do autor, isso não é verdade, e é possível ter uma vida espiritual sem ser religioso. A palavra espiritualidade está sempre ligada a ideia de um ser humano dual, formado de corpo e alma, e também às religiões. Porém a espiritualidade também pode ser interpretada como contemplação da nossa consciência e de nossas características subjetivas que nos tornam humanos. A consciência é um tema muito complexo, fazer sua definição já é difícil, quem dirá explicá-la de maneira científica e objetiva. O que Harris defende no livro é que a consciência deve ser estudada e entendida individualmente, cada um com sua própria consciência, sentidos e emoções. Com o tempo isso nos leva num caminho de iluminação e de autorrealização, dando um sentido às nossas vidas e livrando-nos, das angústias da condição humana. Harris argumenta que esse tipo de experiência é acessível a qualquer pessoa, mesmo que por breves períodos. Religiões como o budismo refinaram técnicas de meditação que podem ser usadas para auxiliar na contemplação da própria consciência. Se ignorarmos a parte sobrenatural e mística dos ensinamentos budistas, podemos usufruir do conhecimento desenvolvido pelos praticantes dessa religião, como Harris fez por vários anos. Alguns trechos do livros são discussões bastante subjetivas e difíceis de serem digeridas. Boa parte é dedicada a discutir o que é ser um self e como o exame da consciência através da meditação nos faz concluir que isso é uma ilusão. De maneira geral, o livro é um ótima introdução para quem tem interesse por temas como meditação e consciência.</summary></entry><entry><title type="html">Origens por Neil Degrasse Tyson</title><link href="http://localhost:4000/livros/2016/03/29/origens.html" rel="alternate" type="text/html" title="Origens por Neil Degrasse Tyson" /><published>2016-03-28T18:00:00-03:00</published><updated>2016-03-28T18:00:00-03:00</updated><id>http://localhost:4000/livros/2016/03/29/origens</id><content type="html" xml:base="http://localhost:4000/livros/2016/03/29/origens.html"><p>O prefácio do livro começa com uma defesa da importância da ciência e do método científico como única forma comprovada de se chegar a verdade e deixa claro porque a história contado no resto do livro sobre nossas origens é a melhor que temos. Só o prefácio já vale a leitura.</p>
<p>O livro se divide em três partes principais: sobre a origem do universo; a origem das galáxias, estrelas e planetas; e sobre a origem da vida.</p>
<p>Na primeira, os autores falam sobre como o universo surgiu a partir do nada, explicam o que é antimatéria e falam sobre alguns dos mistérios atuais da astrofísica, em especial a existência da matéria escura e da energia escura. Nesse início os autores tentam manter um texto informal com um pouco de humor, mas essas tentativas tiveram um resultado um pouco ruim na minha opinião. Em alguns momentos o texto perde a fluidez e poderia ter sido melhor revisado nesse sentido. A qualidade do texto não é tão boa quanto os livros que já de li de Carl Sagan ou Richard Dawkins, por exemplo. Mas essa impressão foi apenas no começo, depois o texto melhorou. Nesse início também estão os temas mais espinhosos, onde é explicada a teoria do universo inflacionário e abordagem antrópica, além de discutir sobre a radiação cósmica de fundo e como se provou que a energia escura está sendo responsável por uma expansão acelerada do universo. Tive que usar a internet e o YouTube para entender melhor sobre esses conceitos, pois somente o texto não foi suficiente para compreender bem do que tudo isso se trata.</p>
<p>A segunda e a terceira parte do livro são mais fáceis de digerir. É bem interessante a explicação de como surgiram os átomos mais pesados que o hidrogênio e o hélio a partir da explosão de estrelas super massivas. Vem daí aquela frase famosa de que somos todos formados a partir de poeira de estrelas. Outro fato interessante explicado no livro é que não existe hoje uma explicação razoável de como os planetas se formaram. A partir do nosso conhecimento de física atual o que podemos dizer é que eles não deveriam existir. Mais um desafio ainda aberto para os astrofísicos.</p>
<p>Sobre a origem da vida, é outro grande mistério e ainda não há uma explicação consensual entre os cientistas. Hoje a teoria de que ela teria se formado nas fontes hidrotermais no fundo dos oceanos é uma das hipóteses que ganhou força e o livro explica porquê.</p>
<p>No fim é especulado sobre vida além do planeta terra. Em nosso sistema solar, há esperanças de se encontrar organismos vivos em Marte e nas luas Europa e Titã. Além do nosso sistema solar, a tarefa é mais complicada e basicamente o que podemos fazer é escanear os céus para tentar identificar sinais de rádio emitidos por outros seres inteligentes. Porém, em um universo formado por bilhões de galáxias, com bilhões de estrelas cada uma, é pouco provável o planeta Terra ser o único lugar em que a matéria criou consciência para contemplar a si própria.</p></content><author><name></name></author><summary type="html">O prefácio do livro começa com uma defesa da importância da ciência e do método científico como única forma comprovada de se chegar a verdade e deixa claro porque a história contado no resto do livro sobre nossas origens é a melhor que temos. Só o prefácio já vale a leitura. O livro se divide em três partes principais: sobre a origem do universo; a origem das galáxias, estrelas e planetas; e sobre a origem da vida. Na primeira, os autores falam sobre como o universo surgiu a partir do nada, explicam o que é antimatéria e falam sobre alguns dos mistérios atuais da astrofísica, em especial a existência da matéria escura e da energia escura. Nesse início os autores tentam manter um texto informal com um pouco de humor, mas essas tentativas tiveram um resultado um pouco ruim na minha opinião. Em alguns momentos o texto perde a fluidez e poderia ter sido melhor revisado nesse sentido. A qualidade do texto não é tão boa quanto os livros que já de li de Carl Sagan ou Richard Dawkins, por exemplo. Mas essa impressão foi apenas no começo, depois o texto melhorou. Nesse início também estão os temas mais espinhosos, onde é explicada a teoria do universo inflacionário e abordagem antrópica, além de discutir sobre a radiação cósmica de fundo e como se provou que a energia escura está sendo responsável por uma expansão acelerada do universo. Tive que usar a internet e o YouTube para entender melhor sobre esses conceitos, pois somente o texto não foi suficiente para compreender bem do que tudo isso se trata. A segunda e a terceira parte do livro são mais fáceis de digerir. É bem interessante a explicação de como surgiram os átomos mais pesados que o hidrogênio e o hélio a partir da explosão de estrelas super massivas. Vem daí aquela frase famosa de que somos todos formados a partir de poeira de estrelas. Outro fato interessante explicado no livro é que não existe hoje uma explicação razoável de como os planetas se formaram. A partir do nosso conhecimento de física atual o que podemos dizer é que eles não deveriam existir. Mais um desafio ainda aberto para os astrofísicos. Sobre a origem da vida, é outro grande mistério e ainda não há uma explicação consensual entre os cientistas. Hoje a teoria de que ela teria se formado nas fontes hidrotermais no fundo dos oceanos é uma das hipóteses que ganhou força e o livro explica porquê. No fim é especulado sobre vida além do planeta terra. Em nosso sistema solar, há esperanças de se encontrar organismos vivos em Marte e nas luas Europa e Titã. Além do nosso sistema solar, a tarefa é mais complicada e basicamente o que podemos fazer é escanear os céus para tentar identificar sinais de rádio emitidos por outros seres inteligentes. Porém, em um universo formado por bilhões de galáxias, com bilhões de estrelas cada uma, é pouco provável o planeta Terra ser o único lugar em que a matéria criou consciência para contemplar a si própria.</summary></entry><entry><title type="html">A Sexta Extinção por Elizabeth Kolbert</title><link href="http://localhost:4000/livros/2016/02/14/a-sexta-extincao.html" rel="alternate" type="text/html" title="A Sexta Extinção por Elizabeth Kolbert" /><published>2016-02-13T19:00:00-02:00</published><updated>2016-02-13T19:00:00-02:00</updated><id>http://localhost:4000/livros/2016/02/14/a-sexta-extincao</id><content type="html" xml:base="http://localhost:4000/livros/2016/02/14/a-sexta-extincao.html"><p>Para quem tem interesse por história natural, o livro de Elizabeth Kolbert é uma joia. A autora faz um trabalho incrível acompanhando diversos pesquisadores em sua rotina diária de campo. Kolbert viaja para a amazônia peruana, uma das regiões com maior biodiversidade do planeta, para mostrar como são feitos os estudos do impacto do aquecimento global na região. Ela vai até a Austrália acompanhar estudos sobre corais, que estão sofrendo com a acidificação dos oceanos, e também acompanha um ultrassom em uma espécie de rinoceronte ameaçada Nesses relatos conhecemos o trabalho de diversos pesquisadores que dedicam a vida ao estudo da diversidade no planeta e temos uma aula de história natural. Há uma revisão bem interessante de como se desenvolveu a paleontologia e o momento em que se reconheceu que haviam espécies extintas. O trabalho de naturalistas famosos do Cuvier, Lyell e Darwin são lembrados em seu contexto histórico de maneira instigante. É mostrado de como surgiu a teoria da extinção dos dinossauros pela queda de um asteroide, hipótese com base científica forte e contou com o trabalho do físico vencedor do Nobel Luiz Alvarez.</p>
<p>O livro rastreia o evento de extinção que estamos vivendo atualmente, conhecido como a sexta extinção, e o coloca em um contexto mais amplo, comparando-o com os eventos catastróficos passados. No fim isso mostra que a vida no planeta é bastante resistente, mas não dura pra sempre. As extinções do passado tiveram diversas causas, como glaciação, mudança química dos oceanos e até a queda de um asteroide. A atual, porém, está sendo causada por “uma espécie daninha”. Alguns acreditam que com a derrubada de florestas tropicais, alterações na atmosfera, acidificação dos oceanos, estamos destruindo a base que sustenta a nossa própria espécies. Outros acreditam que conseguiremos contornar esses problemas com nossa tecnologia. A verdade é nós estamos decidindo, mesmo sem de fato desejar, o curso da vida de diversas espécies no planeta, algo que nenhuma outra criatura foi capaz.</p></content><author><name></name></author><summary type="html">Para quem tem interesse por história natural, o livro de Elizabeth Kolbert é uma joia. A autora faz um trabalho incrível acompanhando diversos pesquisadores em sua rotina diária de campo. Kolbert viaja para a amazônia peruana, uma das regiões com maior biodiversidade do planeta, para mostrar como são feitos os estudos do impacto do aquecimento global na região. Ela vai até a Austrália acompanhar estudos sobre corais, que estão sofrendo com a acidificação dos oceanos, e também acompanha um ultrassom em uma espécie de rinoceronte ameaçada Nesses relatos conhecemos o trabalho de diversos pesquisadores que dedicam a vida ao estudo da diversidade no planeta e temos uma aula de história natural. Há uma revisão bem interessante de como se desenvolveu a paleontologia e o momento em que se reconheceu que haviam espécies extintas. O trabalho de naturalistas famosos do Cuvier, Lyell e Darwin são lembrados em seu contexto histórico de maneira instigante. É mostrado de como surgiu a teoria da extinção dos dinossauros pela queda de um asteroide, hipótese com base científica forte e contou com o trabalho do físico vencedor do Nobel Luiz Alvarez. O livro rastreia o evento de extinção que estamos vivendo atualmente, conhecido como a sexta extinção, e o coloca em um contexto mais amplo, comparando-o com os eventos catastróficos passados. No fim isso mostra que a vida no planeta é bastante resistente, mas não dura pra sempre. As extinções do passado tiveram diversas causas, como glaciação, mudança química dos oceanos e até a queda de um asteroide. A atual, porém, está sendo causada por “uma espécie daninha”. Alguns acreditam que com a derrubada de florestas tropicais, alterações na atmosfera, acidificação dos oceanos, estamos destruindo a base que sustenta a nossa própria espécies. Outros acreditam que conseguiremos contornar esses problemas com nossa tecnologia. A verdade é nós estamos decidindo, mesmo sem de fato desejar, o curso da vida de diversas espécies no planeta, algo que nenhuma outra criatura foi capaz.</summary></entry><entry><title type="html">Economia: Modo de Usar por Ha-Joon Chang</title><link href="http://localhost:4000/livros/2015/12/15/economia-modo-de-usar.html" rel="alternate" type="text/html" title="Economia: Modo de Usar por Ha-Joon Chang" /><published>2015-12-14T19:00:00-02:00</published><updated>2015-12-14T19:00:00-02:00</updated><id>http://localhost:4000/livros/2015/12/15/economia-modo-de-usar</id><content type="html" xml:base="http://localhost:4000/livros/2015/12/15/economia-modo-de-usar.html"><p>O livro serviu bem ao que se propôs, que é introduzir economia aos leigos curiosos sobre o assunto. O autor acredita que todos deveriam entender um pouco de economia, pois ela é importante demais para ser deixada aos economistas. Eu concordo com ele, especialmente vivendo numa América Latina repleta de populistas interessados em iludir o povo fazendo promessas impossíveis com objetivo de obter poder e por lá permanecer.</p>
<p>Ha-Joon Chang começa o livro explicando diversos visões do que é economia e a resume como o estudo das escolhas racionais (ou econômicas) humanas. Depois, é feito um pequeno resumo da história da economia que foi bastante interessante e ele aproveita para fazer uma crítica aos cursos atuais de economia que não valorizam a história de economia como deveriam, afinal não podemos esquecer os erros cometidos, caso contrários estaremos fadados a repeti-los.</p>
<p>O Capitulo 4 apresenta as diversas escolas econômicas existentes e enfatiza uma crítica persistente em todo livro à escola neoclássica, dominante no mundo atual, que insiste em ignorar a existência de pensamentos diferentes dos seus. Cada escola surgiu num contexto diferente e se aplica a um determinado problema, tendo pontos fracos e fortes. É importante ter a mente aberta para aprender e enxergar as próprias fraquezas.</p>
<p>Na segunda parte o autor explica diversas áreas da economia, sempre trazendo dados reais para que seja possível entender melhor os problemas. As formas de se medir a riqueza de um país são mostradas e são realçados os pontos fracos dos índices como o PIB além de discutir se podemos (ou devemos) medir o grau de felicidade de uma população. A área de finanças é bastante criticada, especialmente pela complexidade exagerada que atingiu nos dias de hoje e o potencial que tem de causas estragos na economia (crise de 2008). Outros problemas da economia são discutidos, como desigualdade, pobreza, trabalho, desemprego, o papel do estado e o comércio internacional.</p>
<p>É fácil perceber que o autor tem críticas a uma visão liberal mais pura da economia. Ele destaca diversas vezes que a intervenção do estado teve bastante importância no início do desenvolvimentos das economias dos EUA e Inglaterra e também nos tigres asiáticos. Também são feitas algumas alfinetadas a Margaret Thatcher e Ronald Reagan.</p>
<p>De todo modo, o livro é muito bem escrito e ao final de cada capítulo há referência para quem quiser se aprofundam o tema debatido. Recomendo a leitura para quem se interessar por economia, especialmente para quem busca um contraponto ao pensamento liberal que está crescendo bastante no Brasil.</p></content><author><name></name></author><summary type="html">O livro serviu bem ao que se propôs, que é introduzir economia aos leigos curiosos sobre o assunto. O autor acredita que todos deveriam entender um pouco de economia, pois ela é importante demais para ser deixada aos economistas. Eu concordo com ele, especialmente vivendo numa América Latina repleta de populistas interessados em iludir o povo fazendo promessas impossíveis com objetivo de obter poder e por lá permanecer. Ha-Joon Chang começa o livro explicando diversos visões do que é economia e a resume como o estudo das escolhas racionais (ou econômicas) humanas. Depois, é feito um pequeno resumo da história da economia que foi bastante interessante e ele aproveita para fazer uma crítica aos cursos atuais de economia que não valorizam a história de economia como deveriam, afinal não podemos esquecer os erros cometidos, caso contrários estaremos fadados a repeti-los. O Capitulo 4 apresenta as diversas escolas econômicas existentes e enfatiza uma crítica persistente em todo livro à escola neoclássica, dominante no mundo atual, que insiste em ignorar a existência de pensamentos diferentes dos seus. Cada escola surgiu num contexto diferente e se aplica a um determinado problema, tendo pontos fracos e fortes. É importante ter a mente aberta para aprender e enxergar as próprias fraquezas. Na segunda parte o autor explica diversas áreas da economia, sempre trazendo dados reais para que seja possível entender melhor os problemas. As formas de se medir a riqueza de um país são mostradas e são realçados os pontos fracos dos índices como o PIB além de discutir se podemos (ou devemos) medir o grau de felicidade de uma população. A área de finanças é bastante criticada, especialmente pela complexidade exagerada que atingiu nos dias de hoje e o potencial que tem de causas estragos na economia (crise de 2008). Outros problemas da economia são discutidos, como desigualdade, pobreza, trabalho, desemprego, o papel do estado e o comércio internacional. É fácil perceber que o autor tem críticas a uma visão liberal mais pura da economia. Ele destaca diversas vezes que a intervenção do estado teve bastante importância no início do desenvolvimentos das economias dos EUA e Inglaterra e também nos tigres asiáticos. Também são feitas algumas alfinetadas a Margaret Thatcher e Ronald Reagan. De todo modo, o livro é muito bem escrito e ao final de cada capítulo há referência para quem quiser se aprofundam o tema debatido. Recomendo a leitura para quem se interessar por economia, especialmente para quem busca um contraponto ao pensamento liberal que está crescendo bastante no Brasil.</summary></entry></feed>